quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

SE CONSTRUIRMOS TUTÓIA, ESTAREMOS CONSTRUINDO O BRASIL...

HISTÓRIA
Olhar o passado para construir o futuro
O escritor e jornalista Laurentino Gomes, autor do premiado livro 1808, escreve sobre a importância de se analisar a história do país para desenvolver a Educação

05/02/2009

Texto

Laurentino Gomes
“Quem observasse o Brasil em 1821, às vésperas da Independência, teria fortes razões para duvidar de sua viabilidade como país. Com um imenso território virgem, escassamente povoado, a antiga colônia portuguesa tinha pouco mais de quatro milhões de habitantes. Era uma população analfabeta, pobre e carente de tudo. De cada três brasileiros, um era escravo. Os ricos eram poucos e ignorantes. Os conflitos regionais ameaçavam a unidade nacional. A administração pública era lenta, corrupta e ineficiente. O que mais impressionava era o analfabetismo. Em 1818, ano do primeiro censo populacional do governo do rei D. João VI, só 2,5% dos homens adultos da cidade de São Paulo sabiam ler e escrever, o que significa que provavelmente 99% da população brasileira eram analfabetos.

Num cenário assim, como construir um país viável? A surpresa é que, apesar de tudo, o Brasil conseguiu se firmar como nação independente. Hoje, ainda está longe de ser um dos melhores e mais desenvolvidos países do mundo. Mas também não se pode dizer que seja dos piores. O quadro de pobreza, desigualdade social, atraso nas leis, corrupção e ineficiência ainda representa um grande desafio aos brasileiros. Um olhar para o passado, no entanto, permite concluir que as dificuldades já foram muito maiores – e, muitas vezes, quase intransponíveis. Nesses duzentos anos
, lutando contra todas as adversidades, os brasileiros conseguiram construir um país grande, integrado, de cultura bem definida, relativamente tolerante do ponto de vista racial, política e religioso. São virtudes que, se bem entendidas e utilizadas, nos ajudarão a construir o futuro. E a história serve para isso mesmo.
O objetivo da história é iluminar o passado para entender o presente e construir o futuro. Uma sociedade inculta, incapaz de estudar e analisar sua história, não consegue entender a si própria. E, nesse caso, não está apta a construir o futuro de forma estruturada. Uma visão de curto prazo, que não leva em conta as lições do passado, conduz a soluções igualmente imediatistas. Nossos problemas têm raízes profundas, que às vezes remontam a duzentos ou trezentos anos atrás. Isso não significa que o Brasil esteja eternamente condenado à corrupção ou a repetir os vícios do passado. Um país pode evoluir e melhorar, mas antes é preciso entender a origem desses problemas. Nesse quadro, investir em educação é absolutamente fundamental. Só uma sociedade culta e bem educada consegue entender a própria história – com seus defeitos e suas virtudes.’’
Este excepcional artigo do escritor e jornalista Laurentino Gomes, leva-nos a refletir sobre a nossa querida Tutóia. Nossas riquezas naturais esgotadas ao longo dos anos quando a sociedade não tinha qualquer noção dos prejuízos causados à Tutóia, especialmente quanto a pesca e a caça predatória, a ponto de termos provocado a escassez do pescado, o nosso camuripim, as gaivotas, os guarás, os taquiris, as marrecas, o pato d’água terem sumidos. Agora, com a sociedade despertando para esse grave problema, passa a contribuir por livre e espontânea vontade com o resgate da meio ambiente, mesmo com o poder público municipal totalmente descompromissado, apesar disso, os guarás, as gaivotas, os patos d’água, o camuripim, entre outros, começam a retornar e a conviver em perfeita harmonia com o nosso povo atraindo inclusive visitantes de outras praias para testemunhar e decumentar o que temos de belo, que é a nossa natureza. Essa realidade e esse potencial, torná-lo a cada dia mais pujante e vivo é o desafio dos que constroem Tutóia com amor e determinação.


 Chico Canavieira
Tutóia / MA, 02/02/2011

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