Elza Souza Mendes (Dona Elza), uma lição de vida.


  • Dona Elza
  • Dona Elza Dançando
  • Gravando Aperreio
  • Dança do caroço


"Prá ficar alegre? Acho que é quando vem de dom mesmo. A mamãe dizia que “derna de bobisca” , ela me dava uma palmadinha e acabava que eu ficava sorrindo.

Quando eu peguei a começar a falar e entender ela, quando ela queria me dá eu corria pra cima dela me rindo ela, “calmava”. Acho que já vem “mermo”, né?

... Ficar alegre, que tristeza não paga conta, paga dívida, (gargalhada) tristeza não paga dívida... (mais gargalhada, a gargalhada da Dona Elza).

Alegria leva a tudo. Ahã, eu vou ficar triste! Isto faz a gente ficar “véio” e feio. Comigo não tem tristeza, embora esteja chorando, ainda choro sorrindo".

Escute o texto (clicando nos liks abaixo) na voz da Dona Elza e você nunca mais vai reclamar da vida". Marimbondo - Vira-moenda.



DANÇA DO CAROÇO

De origem indígena, a dança do Caroço se concentra na região do Delta do Parnaíba, principalmente no município de Tutóia. É executada por brincantes de qualquer sexo ou idade.

As toadas improvisadas são tiradas pelos cantadores com o acompanhamento dos brincantes que respondem com o refrão, acompanhados de instrumentos como caixas (tambores), cuíca e cabaça.

Com roupas simples e livres, os componentes dançam isolados formando uma roda ou cordão. As mulheres trajam-se com vestidos de corpo baixo, na cor branca, com gola redonda e mangas com quatro folhos pequenos do mesmo tecido da saia, que deve ser estampada, franzida e curta, com três folhos.

Dona Elza, é a maior referência desta dança no Maranhão.
Texto: Sérgio Ramos.


Matéria feita pelo site Selo Mundo Melhor sobre o caroço de Dona Elza.

O Caroço de D. Elza - Esses Difíceis Trabalhos do Mundo

Cultivado há pelo menos cem anos no município de Tutóia-MA, a tradição ritual do caroço é certamente uma das pérolas da expressão cultural maranhense. O som cavalgado das caixas (tambores), o chacoalhar das cabaças, a criação contínua e criativa de versos e melodias de rara beleza. A dança em roda, o desenho sinuoso das saias, se abrindo e se fechando. As coisas bonitas que acontecem e chamam mais atenção são estabelecidas ali, naquele momento, fruto dos encontros e desencontros, dos diálogos corporais que surgiram pela costura tecida naquele dia. É cada um(a) que vai dançando, como uma agulha carregada de uma linha, e assim vão costurando um pano só, redondo como uma saia.

Ouça agora a música marimbondo sinhá de dona Elza.



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Comunidade de Itaperinha de Tutoia-MA

A comunidade é composta por remanescentes de quilombolas e descendentes de índios Tremembés, traços bem marcantes nos seus habitantes, mas talvez o que mais marque são os traços negros.

Situado entre o Delta do Parnaíba e os Lençóis Maranhenses, onde vivem numa grande simplicidade com suas Casas de Farinha: a luz elétrica chegou lá há apenas quatro anos . A Comunidade de Itaperinha pratica várias manifestações tradicionais de grande valor, como a Dança de Sâo Benedito e a Dança de São Gonçalo, que são divididas em doze jornadas cada uma e para fazer a de São Gonçalo precisa fazer antes a de São Benedito. O que ouvimos aqui são partes das duas: a Ladainha em Latim e o Bendito de São Benedito. Fazem também Levantamento de Mastros, Caroço e Bazunga, que é como eles chamam a sua religião afro-brasileira, na comunidade com elementos do Tambor de Mina Maranhense e da Umbanda Nacional.

Créditos: Selo Mundo Melhor